Poema de Tarso Correa de 14 de março de 2014.
Mãos
A mão que acaricia,
Pode ser a mesma que agride, que intimida;
Pode ser afeto, afago ou pura malícia.
No tato dos fatos, perdidos nos boatos
A mão vira ação,
Uma explosão, um átimo perdido sem razão.
A mão pode ser trabalho ou puro ócio,
O poder da criação ou simplesmente inação.
A mão é a prece daquele que crê,
Que busca no sacerdócio,
A verdade, a sua verdade,
A desculpa amiga da consciência, sem maldade,
Apenas anuência.
A mão, poder de manifestação,
Ato de imposição ou ato que silencia, acalma,
Afaga a alma;
O poder maior da humildade.
A mão pode ser o adeus, a despedida,
O apertar no peito a saudade sofrida, contida;
Ou pode ser o encontro, o aperto que une,
O laço do abraço, o aconchego.
A mão pode ser a timidez, escondida, reprimida, suada, tremida,
Sem lugar, perdida.
Ou pode ser o sorriso largo no aperto das mãos que se tocam, fundem,
Nas alegrias expandidas incontidas.
A mão pode ser a inércia da vida,
No instante final trançadas no peito,
No ato do adeus.
A mão,
Expressão nas trocas,
Mostrando os caminhos,
Na rede dos desalinhos,
Os meus e os teus.
Blog sobre poesias. Poesias que gritam as mazelas humanas e seus encantos; suas perdas e microcefalias sociais, em que somos atores das nossas frustrações, buscando a receita da felicidade.
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sexta-feira, 14 de março de 2014
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