O meu futuro abraça o passado,
Enlaçado nesta distopia,
Embaçado pela miopia,
Do cronológico segmentado.
O tempo corre paralelo, embaralhado,
Trazendo o presente rasgado.
Sou um reflexo atemporal,
Dividido em múltiplas partes,
Atados em um nó visceral,
Encadernado em encartes avulsos.
O meu presente pulsa, enamorado com o passado,
Esquecendo o futuro,
Que vem prematuro, torto, inseguro.
O meu passado desleixado,
Não lembra do futuro,
Abandonando o presente,
Que condescendente se cala;
E neste mundo paralelo,
Suturo todas as partes,
Com a força de um Parabelo;
Moldando, limpando, desfazendo,
Reconstruindo, fluindo.