AQUARELANDO - poema de Tarso Correa
Livre do claustro dos tablados
E dos limites das coxias
Solta como um passarinho fora do ninho
A bailarina do asfalto, iluminada por purpurinas
Sobre um tapete de listas brancas
Embaixo do holofote vermelho do semáforo
Riscava o ar com suas clavas coloridas
Traçando arco íris fugazes
Um show de segundos por alguns trocados
Trocados por um sorriso
Banhado em uma centelha de esperança;
E neste caos, fumaça e correria
O tempo para num flash de luz vermelha;
A rotina com seu hálito quente se faz presente
Quebrando o encanto
Tirando o manto da fantasia.