De mãos dadas… - Poema de Tarso Correa
Meu filho, hoje é meu pai,
As minhas ideias se misturam,
Esqueço muitas coisas,
Sofro o passado como se fosse presente.
O tempo é lento, carente
O futuro de braços dados com o passado é o hoje, tudo se abstrai.
Ontem fui rompante hoje uma mente frágil e
corpo miudo,
Minha mente uma caixa de lembranças misturadas, desconexas,
E outras simplesmente se esvaíram, apagaram, deixando espaço vazio, como meu olhar para o nada.
Lembranças nubladas pela catarata do tempo.
Abstratas.
Fico a flutuar em um mundo volátil, desnudo.
A cada passar do calendário,
Enrijeço, torno refratário , em um espaço vazio,
Oco, igual a mim,
Uma caixa de retratos misturados, sem data,
Sem significados
Sem importância,
Pura impedância.
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