RELICÁRIO DE SAUDADES - POEMA DE Tarso Correa
No quarto vazio, encostado a um canto,
Um relicário de saudades de seis portas,
Pulsava lembranças e nublava meus olhos,
Descortinando o manto do passado;
Em cada objeto pinçava histórias,
Memórias vividas compartilhadas,
Um guarda roupa, cápsula do tempo;
Em cada porta aberta, aroma de coisa guardada,
Lençóis, cobertores, roupas embrulhadas,
Retratos, cartões, recordações materializadas;
E neste curto trajeto, percorri anos,
Sorri, chorei;
Em cada cantinho uma surpresa;
Navegando ao mesmo momento
Entre a alegria e tristeza;
A cada espaço esvaziado, uma porta fechada, uma despedida,
De uma vida que passou;
Deixando suas marcas e manias impressas;
Neste regresso, lavo meu coração no lamento,
Deitando o aperto do peito
No leito do amor deixado,
Abraçado pelo calor do afeto.
Blog sobre poesias. Poesias que gritam as mazelas humanas e seus encantos; suas perdas e microcefalias sociais, em que somos atores das nossas frustrações, buscando a receita da felicidade.
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terça-feira, 13 de novembro de 2018
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